Modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais. O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo.
26 setembro 2010
Caixa de lembranças
Ahh como eu odeio aquela caixa. Cheia de te amos e beijos e saudades. Me faz lembrar de todas aquelas pessoas e de todos aqueles amores que hoje vivem só dentro da minha caixa. Dentro das minhas lembranças. Dentro de algumas coisas que eu gostaria de ter feito diferente ou melhor. Cheia de todas aquelas coisas que eu sentia e que hoje o mundo me diz que não existe. Foi tudo brincadeira de uma adolescente, que só eu me lembro. Mas me fez tão feliz, que me dá vontade de viajar no tempo só para olhar. Só para dar palpite e consertar as coisas que me assombram quando eu a abro. Que me faz pensar no quanto eu não sou mais a mesma pessoa. Aquela que fazia amizades e achava que era para sempre. Que amava e que contava segredos. Me faz pensar que pessoa sou eu hoje. Que lembranças? Que amigos? Que dores? E quem sabe? Hoje eu sou só adulta e vejo tudo que eu era dentro de uma caixa de cartas antigas. Vidas antigas. Quase manchadas, quase igual as cartas. Hoje eu não conto segredos. Não faço amizades para sempre. Não escrevo mais cartas. Talvez assim eu não me arrependa mais. Mas talvez assim eu não seja feliz também.
24 julho 2010
Um balão de pensamento
Por que eu penso demais, vc perguntou? Porque eu não consigo calcular todos os desastres que aconteceriam no universo se eu falasse a verdade agora. Se ao invéz de só pensar no que eu poderia falar ou fazer, eu realmente falasse ou fizesse. Porque eu não consigo te dizer o que eu senti em um desses mil dias que eu senti essas coisas. Que eu não senti você. Porque eu não sei dizer em qual universo todos os desastres aconteceriam. E se fosse o meu? E se fosse o seu? Não. Se fosse o seu, eu não ia me perdoar, mas se fosse o meu.. Se fosse o meu universo que caisse sem você, o que ia restar de mim então? O que é o meu universo sem o seu? Porque e se eu falasse e a vida continuasse como se eu não tivesse falado nada? E se a vida continuasse como se eu tivesse? Eu penso demais porque eu não sou mais a mesma pessoa. Mas eu penso mais ainda, porque você não é. Porque eu não sei quem você é. Porque eu tenho medo de descobrir se eu falar. Porque eu tenho medo de te afastar se eu falar. De me afastar. E eu não posso falar. Por isso eu penso demais.
29 maio 2010
Num domingo
E foi como tirar um espinho do pé. Um nó da garganta. Um mundo dos ombros. Foi como abraçar você pelas palavras que você escreveu. E depois de todo esse tempo, foi como encontrar um pouco da pessoa que fui, que eu achei que só existia em palavras e fotos antigas, em você. Por um momento eu fui aquela pessoa que eu ficou perdida entre quilômetros e vidas, e tudo se encaixou. Era uma virgula em uma história que não teve parágrafo inicial. Que não teve nada de simples, fácil, pouco. Foi sempre tudo muito. E naquela hora, foi mais ainda. Foi mais sorriso, foi mais ar, foi mais coração. Foi um pouco mais de aline pra dentro de mim e me fez sonhar um pouco mais. Foi tanto que parecia ser carregado na minha corrente sanguinea. Parecia me irrigar da cabeça aos pés e era demais pra caber em mim. Me fez querer de volta as coisas bonitas que eu deixei passar no meio das semanas ocupadas e dos problemas de gente grande. Mas essas são as que menos voltam. Como o final de uma música, acabaram também as suas palavras. Tão subtamente quanto começaram, e na mesma rapidez. E o silêncio de teclados foi tão pesado que conseguiu arrastar não só eu mas todo o meu mundo de volta para a realidade. E assim, eu lembrei que estava longe. Longe de ser ou de ter sido a pessoa que eu queria. Longe de achar o suficiente. Longe de pensar que isso um dia vai passar. Essas coisas não passam. Me assombram ou me fazem rir, todo minuto daquelas horas. Toda hora daqueles dias. Todo dia daqueles anos. Como fantasmas ou saudades. E só pode ser um desses.
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