Modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais. O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo.

21 outubro 2007

O sexto minuto

No primeiro momento foi só emoção. Não passava disso.
Respirou fundo e voltou a ouvir.
Era dífícil, torturante. Mas ele simplismente ouvia.
As verdades esbofeteavam-lhe tanto a cara, que começou a ficar vermelho e o olho começou arder.
A cada palavra que ingeria, o aperto no coração era maior, e sua íris começava a brilhar. Mas por quê? Nem é algo assim tão triste!
No primeiro minuto uma lágrima escorreu e parou ali, no cantinho da boca. Era possível sentir o gosto salgado da indignação, mas que vinha como um amargo de tristeza.
No segundo minuto ele conteve. Respirou fundo e disse tudo o que pensava e, por certo tempo, guardara. Por alguns segundos sentiu uma felicidade maligna por achar que agora tinha revidado toda a dor que sentira. Mas não. Estava enganado.
No terceiro minuto, além de toda a tristeza, sentia-se arrependido por ter sentido-se feliz em meio àquela discussão. E agora sim, escorreram pelo seu semblante uma, duas, três lágrimas, cortando seu rosto e deixando-o mais vermelho ainda. Já não agüentava mais. Medo, tristeza, angústia, arrependimento, indignação e desespero borbulhavam pelos seus olhos e já não era possível segurar mais. Afastou-se dali. Chorou. Quem disse que homem não chora?
No quarto minuto ele voltou. Mas não queria conversar mais. Cortou logo o assunto e começou a se despedir. Ele não pode ficar mais nem um minuto com você. Ele tem que ir. É o melhor pra ele. Espero que você entenda!
No quinto minuto ela disse que entende. E ele não sabe por que, mas queria que ela não entendesse. Queria que ela insistisse um pouco mais.

Ele deitou-se no banco e desabou-se a chorar. Sempre foi um chorão, sensível, emotivo, emocionado, romântico ou qualquer outro sinônimo. Mal ele entendia por que estava chorando agora. Tudo foi tão repentino. Tão "do nada". Ele não queria mais vê-la neste dia. Não queria mais tocar no nome dela. Mas queria, no fundo, que ela, como ele, chorasse.

3 comentários:

Aline disse...

eu achei que a causa do atropelo foi nobre. e eu achei que o texto ficou muito bom. :)
parabéns arthur.

Anônimo disse...

ficou realmente bom.
tudo se encaixa.além de super sensivel.
bonitinho ^^ *.*
:*

deh gouthier; disse...

maravilhoso.
adorei com todas as letras, um dos melhores do meu menino arthur, sem sombra de dúvidas. ;)