Modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais. O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo.

03 agosto 2007

Goiânia, 3 de agosto de 2007

Oi! Que saudade de você também. Minha vida anda meio corrida, mas acho que não é só a minha. Mas no geral tá tudo bem. Aqui tá calor, mas também, não dava pra esperar outra coisa, e tá aquele céu bonito, daqueles que faz você pensar que não vale a pena ficar em casa. Vira e mexe, me dá uma saudade daqueles dias em que você aparecia de surpresa e as tardes regadas à coca-cola rendiam desabafos, fofocas e risadas, principalmente risadas, mas, infelizmente, são dias que não voltam mais. É engraçado como a gente pensa que amizade eterna vai durar um 'pra sempre' mais curto, e depois a gente percebe que amizade eterna não dura nenhum tipo de 'pra sempre', dura só aqueles momentos em que a gente tá junto. E depois, cada um vai pra um lado e a vida continua com ou sem amizades eternas, com ou sem correrias diárias, com ou sem boas lembranças. É engraçado, mas, pior que isso, é triste. É triste perceber o quanto a gente cresceu e todos os pequenos detalhes ficaram mais para trás, se isso é possível. Agora, quando a gente se encontra, só dá tempo de reclamar da vida e fazer planos no futuro do presente, antes de voltar pras respectivas rotinas de gente grande que a gente tem agora. Tudo costumava ser muito mais fácil lembra? Ou se tinha lugar pra lavar as mãos, ou comia com as mãos sujas, criança não liga pra isso! Mas agora é escola, vestibular, pais, dinheiro, namorados, problemas, e as risadas ficam cada vez mais raras, assim como as cartinhas que a gente trocava, duas por semana. Pouco a pouco, minhas novidades já não te interessam mais e as suas não são mais tão emocionantes quanto costumavam ser, até porque eu não sei sobre quem são. São novidades de pessoas que eu não cheguei a conhecer, em um mundo que eu não cheguei a viver. Mundo o qual você está vivendo agora, e que de alguma forma parece tão, mas tão longe de mim, que me dá essa saudade estranha que me faz te responder agora, depois de tanto tempo. Eu sei que você pensou que eu tinha esquecido. Eu também pensei, e de fato, seria até melhor se tivesse, porque você também não deve se lembrar mais. Mas a verdade é que essas coisas nunca vão embora. Não é a amizade eterna que fica guardada, as lembranças dos momentos bons é que são eternas e que me fazem sentir mais saudade ainda de uma coisa que não volta mais: você. Nós. Lembra que vez ou outra, depois de passar o ano todo esperando as férias, depois de passar a semana toda se preparando, a gente ia no bosque e voltavamos com a sensação de que não tinha ninguém no mundo mais feliz que a gente naquele momento? E depois que eu aprendi a andar de ônibus e a gente se aproximou muito mais, não voltamos lá, nem uma vez ser quer. As vezes fico com a impressão de que deixei minha felicidade lá. Quem sabe você, que tá mais perto, não podia ir até lá pra dar uma olhada pra mim? Eu sei que eu sempre falei que não respondia as raras cartas porque não sabia escrever cartas, mas a verdade é que eu tinha medo de que ela realmente mostrasse do que nunca eu superei. Só que, mais dia, menos dia, eu ia ter que falar que a sua amizade realmente faz falta até hoje. Mais dia, menos dia eu ia ter que falar que essa mútua falta de interesse me incomoda, e mais dia, menos dia eu vou acabar voltando só pra tentar mais uma vez. Só pra recriar mais alguns momentos, já que é disso que amizades eternas são feitas. Enquanto isso, vou escrevendo cartas que nem essa. Sem conseguir pensar em você lendo essa carta tão séria, eu termino. Manda um beijo pra todo mundo ai e não esquece de me responder, pode ser o dia que for (logo, ou daqui muito tempo). Te amo muito em todos os momentos.

Nenhum comentário: