Modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais. O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo.

19 agosto 2007

Não me mande flores

Não mande. Não quero mais ver o mundo como vejo aquele livro. Não acho também que estou merecendo flores, nem cores, mas pelo visto não sou só eu. O problema é que você devia achar, até eu dizer que não, não me contar que eu não mereço. Não quero mais flores, presentes, cartões, palavras bonitas e abraços falsos. Quero a dor de perceber que não é a minha cabeça, que eu não sei inventar mais nada e que nada vai tocar de volta. É caminho de uma mão só e eu não vejo flores por ele. Você vê? Então pra que fingir? Não me diga que está bem, que está feliz. Não quero mais estas flores para colocar atrás da minha orelha. Para carrega-las e me lembrar que elas são suas. A minha vida está perdendo as flores. O foco agora são sementes plantadas à força nos meus pensamentos confusos. Em tempo, não tem mais vasos. Não me mande flores. Enfeitadas, brancas, enlaçadas, irritantemente perfeitas e parciais. Não, me mande logo seus espinhos. Abra furos em meus dedos, riscos em meus rostos, cortes. São melhores do que suas flores despetaladas, despedaçadas, arrancadas de ti para me dar. Flores secas e murchas guardadas dentro de livros e palavras, só para tentarem ser um pouco menos insolentes. Prefiro os espinhos de mundo e de realidade, agora que nem flores são mais tão bonitas, vindas de você. Não me mande flores.

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