A eternidade está longe.
Menos longe que o estirão
Que existe entre o meu desejo
E a palma da minha mão.
Um dia serei feliz?
Sim, mas não há de ser já:
A eternidade está longe,
Brinca de tempo-será.
Manuel Bandeira
Modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais. O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo.
25 junho 2007
23 junho 2007
Capitalista
Sou mesmo, e daí? Não ligo se você acha egoísta da minha parte, mas sou capitalista e pronto! Como te parece a idéia de comprar um sorriso? A mim me agrada, ainda mais se for com outro sorriso. E a idéia de financiar uma ajuda, e pagar quando puder? Idéia particular inalienável, liberdade de contrato e de dispensa, lei da disponibilidade e da necessidade, exagero de opções. Resultado: Difença. O capitalismo gera maior riqueza (cultural, ideal, intelectual, opcional, diferencial) para a sociedade, e os comunitas que me perdoem, mas que graça há em ter as mesmas coisas? Prefiros ter meus próprios sonhos, meus próprios ideais, minhas própias metas, meu próprio rumo, ter pessoas diferentes, ser pessoas diferentes, ter vários rostos, várias desculpas, várias noções de errado que parece certo e de certo que parece incomum e de incomum que parece comigo. Há quem diga que o capital é o mais importante item do sistema. Concordo plenamente. Ai está minha cabeça, aberta para compra, troca, uso e desuso; eis o capital. Prefiro ter prateleiras de abraços dos mais caros e de palavrões dos mais baratos em supermercados 24hras, à palavras ditadas e sugeridas em horários pré-determinados e preços pré-estabelecidos por quem quer saber mais da minha vida do que eu mesma. Puis minha vida em liquidação. É de quem chegar primeiro. É de quem levar os sorrisos, os abraços, os palavrões, os sonhos, os rumos, e pagar à vista, sem direito à troca nem devolução. Peça única, graças ao sistema. Portanto, sim, sou egoísta, individualista, idealista. Sou só capitalista.
20 junho 2007
Panorama
"Você vai ver que eu cresci.
Você vai ver que grupos diferentes tem diferenças iguais, e já é algo em comum.
Você vai ver que pessoas precisam de pouquíssima energia de ativação para reagirem.
Você vai ver que quilômetros de distância são vidas de saudade, mas não são motivos de esquecimento.
Você vai ver que um mês passa rápido e que três dias demoram a passar; depende do que se espera.
Você vai ver que todo mundo e ninguém pode tudo.
Vai ver que o céu não tem cor, mas que a cor do céu é tão bonita quanto se precisa que ela seja.
Você vai ver que nem todo lugar pode ser claro como uma tarde de domingo, que nem toda pessoa pode ser trasparente como o seu reflexo, que nem todo caso pode ser simples como plano inclinado.
Você vai ver que nem toda aparência engana, que nem todo diet é sem açucar, que nem toda vontade adianta.
Você vai ver que nem todas as pessoas são gente, que nem todas as mentiras são nocivas, que nem todo amor é bom.
Você vai ver mudanças agradáveis e rotinas disformes.
Vai ver que barba e saudade são coisas que crescem logo, e que os dois parecem bonitos de longe.
Você vai ver que as coisas fáceis são fáceis, e que as coisas difíceis são fáceis e que as coisas impossíveis são fáceis também, só requerem mais trabalho, mas você vai ver que, quando se trata de pessoas, eis uma exceção à esta regra.
Você vai ver que as vezes cansaço não passa com uma noite de sono, só com uma hora no melhor lugar do mundo, e que o mundo tem vários melhores lugares que a gente nunca vai achar.
Você vai ver que andar é bom, tomar chuva é ruim e vice-versa.
Vai ver que o vento pode ser gelado, que o leite pode ser gelado, mas que a coca não pode ser quente.
No final de tudo, você vai ver que eu sou ainda mais criança do que parece."
Você vai ver que grupos diferentes tem diferenças iguais, e já é algo em comum.
Você vai ver que pessoas precisam de pouquíssima energia de ativação para reagirem.
Você vai ver que quilômetros de distância são vidas de saudade, mas não são motivos de esquecimento.
Você vai ver que um mês passa rápido e que três dias demoram a passar; depende do que se espera.
Você vai ver que todo mundo e ninguém pode tudo.
Vai ver que o céu não tem cor, mas que a cor do céu é tão bonita quanto se precisa que ela seja.
Você vai ver que nem todo lugar pode ser claro como uma tarde de domingo, que nem toda pessoa pode ser trasparente como o seu reflexo, que nem todo caso pode ser simples como plano inclinado.
Você vai ver que nem toda aparência engana, que nem todo diet é sem açucar, que nem toda vontade adianta.
Você vai ver que nem todas as pessoas são gente, que nem todas as mentiras são nocivas, que nem todo amor é bom.
Você vai ver mudanças agradáveis e rotinas disformes.
Vai ver que barba e saudade são coisas que crescem logo, e que os dois parecem bonitos de longe.
Você vai ver que as coisas fáceis são fáceis, e que as coisas difíceis são fáceis e que as coisas impossíveis são fáceis também, só requerem mais trabalho, mas você vai ver que, quando se trata de pessoas, eis uma exceção à esta regra.
Você vai ver que as vezes cansaço não passa com uma noite de sono, só com uma hora no melhor lugar do mundo, e que o mundo tem vários melhores lugares que a gente nunca vai achar.
Você vai ver que andar é bom, tomar chuva é ruim e vice-versa.
Vai ver que o vento pode ser gelado, que o leite pode ser gelado, mas que a coca não pode ser quente.
No final de tudo, você vai ver que eu sou ainda mais criança do que parece."
18 junho 2007
Segunda-feira
De ontem em diante serei o que sou no instante agora, onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa. Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada são coisas distintas. Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem.
17 junho 2007
Que graça tem?
'Só conseguimos deitar no papel os nossos sentimentos, a nossa vida. Arte é sangue, é carne. Além disso não há nada. As nossas personagens são pedaços de nós mesmos, só podemos expor o que somos.'
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos
16 junho 2007
Vírgula
Você já brincou de ficar à toa? Já brincou de sentar no chão gelado de azulejo branco manchado e olhar na direção da janela pra seguir com a cabeça a presunção ir e vir em forma de fiapo de roupa cara que a gente compra e nunca usa? E já reparou como é doce a voz dele no balanço fácil da musicasinha não-famosa e popular quando o quarto está tão claro que parece praia? E o pé fica liso e sempre parece feito quando se pensa em alguma coisa amena e põe no chão depois de um sol inteiro voltar ao meridiano. E você encherga a preguiça na barra da calça rasgada e nos ventos que não enredam o cabelo. E o cheiro de hortelã faz parecer que todas as convenções se esvaiam rapidamente pelos olhos semi-abertos. Olhos estes que refletem aquela mesma construção de dois anos atrás e a mesma água de uma vida que ouve bossa-nova desde todas aquelas vezes e não sabia o tamanho do cômodo. Não dá pra não notar a poeira laranja dançando na claridade da manhã interrompida pelo nome e pela data do cabeçalho. Ela conta segredo de duas paredes dentro do quarto que nem é dela. Ninguém tem culpa da tristeza que vai e cai só a saudade trazida pelo mesmo vento que mexe com o cabelo de laranja. Ele disse que tá na hora de acabar com esse negócio de viver longe de mim. Balela. Você já brincou tanto de escrever que sentiu que o tempo passou pela janela e envelheceu toda a cidade levando a criança com o caderno de calos para tão longe que se esquece de procurar o infinito do verbo conjugado? Você já esqueceu de por vírgula?
15 junho 2007
14 junho 2007
Libertinagem
Todos os vícios tem lados ruins. É um fato. Estava aqui toda felizinha com meu novo vício de escrever, achando que tinha descoberto a geladeira que sai água da porta, e me toquei que tinha que estar estudando! Eis o lado ruim do meu vício. Já estava pensando em maneiras de larga-lo quando me lembrei de uma coisa que meu professor me disse: O ser humano escreve para aliviar a dor.
Dá pra acreditar? Então meu vício não só tem lado ruim, como é o pior dos vícios! Enquanto eu for viciada vai doer, e enquanto dói eu vou escrevendo e esperando que alguém leia e enxergue essa tal dor, que já vai tão longe, que nem eu a enxergo mais.
O fato mesmo é que, no exato momento em que eu escolho cuidadosamente as palavras, percebo que a dor está aqui. Que tudo que me incomoda está prestes a sair pelas pontas dos meus dedos e entrar na tela branca na minha frente, e eu deixo.
Eu deixo porque, ás vezes, não incomoda de forma ruim. Ás vezes é só falta. Ás vezes é tanta felicidade que incomoda mesmo. Ás vezes é só serenidade em brisa. Ás vezes é medo também. Ás vezes é só uma saudade. Ás vezes são só palavras, idéias soltas. Ás vezes nem tem importância, mas é tão rotina, que faz falta não colocar cinco, dez, mil palavras para serem lidas por uma, duas, no máximo três pessoas.
Conformada, escrevo pensando: Dos deleitos, o melhor. Dos vícios, o pior.
Dá pra acreditar? Então meu vício não só tem lado ruim, como é o pior dos vícios! Enquanto eu for viciada vai doer, e enquanto dói eu vou escrevendo e esperando que alguém leia e enxergue essa tal dor, que já vai tão longe, que nem eu a enxergo mais.
O fato mesmo é que, no exato momento em que eu escolho cuidadosamente as palavras, percebo que a dor está aqui. Que tudo que me incomoda está prestes a sair pelas pontas dos meus dedos e entrar na tela branca na minha frente, e eu deixo.
Eu deixo porque, ás vezes, não incomoda de forma ruim. Ás vezes é só falta. Ás vezes é tanta felicidade que incomoda mesmo. Ás vezes é só serenidade em brisa. Ás vezes é medo também. Ás vezes é só uma saudade. Ás vezes são só palavras, idéias soltas. Ás vezes nem tem importância, mas é tão rotina, que faz falta não colocar cinco, dez, mil palavras para serem lidas por uma, duas, no máximo três pessoas.
Conformada, escrevo pensando: Dos deleitos, o melhor. Dos vícios, o pior.
13 junho 2007
Roxo extraterrestre
Vim expor uma descoberta. Comecemos pela pergunta. De onde vem o roxo? Não a cor roxa, o roxo, aquele, de batida, de contusão. Pois é, meu joelho vivia roxo quando eu era menor (não criança, porque essa eu ainda sou), mas eu sabia que devia ser por causa do balanço ou qualquer outra super-brincadeira-mais-legal-do-mundo de criança. Mesmo depois de um pouco maior (pouca coisa) eu sabia que devia ser por causa daquele dia dois meses atrás quando eu bati a batata da perna na carteira ao sair correndo para o recreio, apesar de achar o máximo fingir que não sabia por que cargas d’água esse roxo gigantesco tinha aparecido.
Mas esse me pegou de surpresa, juro! Gastei uma tarde toda da minha vida, daquelas em que o céu está bem azul e o sol está bem ali e eu realmente tinha coisas para fazer, pensando de qual mundo obscuro apareceu essa porcaria desse roxo, bem de baixo da minha clavícula. Vê se pode! Impossível bater essa região sem querer, como você faz com o dedinho do pé na quina da cama ou com a canela no degrau da escada.
Esse seria meu primeiro caso, mas eu não descarto a possibilidade de eu ser sonâmbula e ter me metido em uma briga madrugada à dentro, mas isso ainda não explica porque o roxo só ali. Ainda tem a tese mais defendida pela minha mãe de que eu não como direito, não durmo direito, não falo direito, não tomo água direito, não estudo direito, por isso estou susceptível a qualquer tipo de anomalia, inclusive roxos vindos do além.
Nenhuma dessas teorias me agradou. Pensei a tarde toda e cheguei à uma conclusão. A única que faz sentido; As criaturas extraterrestres que existem nos sucos de uva de caixinha finalmente acharam um lugar propicio para sua instalação: A parte posterior à minha clavícula direita. É perfeito! Primeiro: é um lugar cheiroso, porque, querendo ou não, o perfume escorre pelo pescoço. Segundo: é um lugar grande, pelo menos a minha. Terceiro: eu tomei suco de uva de caixinha ontem. Quarto: é um lugar alto, e todo mundo sabe que criaturas extraterrestres, principalmente as do suco de uva de caixinha, adoram lugares altos.
Tudo se iluminou na minha cabeça nessa hora. Afinal, não foi uma tarde toda perdida. Só não sei se a raça humana está preparada para ouvir a verdade.
Mas esse me pegou de surpresa, juro! Gastei uma tarde toda da minha vida, daquelas em que o céu está bem azul e o sol está bem ali e eu realmente tinha coisas para fazer, pensando de qual mundo obscuro apareceu essa porcaria desse roxo, bem de baixo da minha clavícula. Vê se pode! Impossível bater essa região sem querer, como você faz com o dedinho do pé na quina da cama ou com a canela no degrau da escada.
Esse seria meu primeiro caso, mas eu não descarto a possibilidade de eu ser sonâmbula e ter me metido em uma briga madrugada à dentro, mas isso ainda não explica porque o roxo só ali. Ainda tem a tese mais defendida pela minha mãe de que eu não como direito, não durmo direito, não falo direito, não tomo água direito, não estudo direito, por isso estou susceptível a qualquer tipo de anomalia, inclusive roxos vindos do além.
Nenhuma dessas teorias me agradou. Pensei a tarde toda e cheguei à uma conclusão. A única que faz sentido; As criaturas extraterrestres que existem nos sucos de uva de caixinha finalmente acharam um lugar propicio para sua instalação: A parte posterior à minha clavícula direita. É perfeito! Primeiro: é um lugar cheiroso, porque, querendo ou não, o perfume escorre pelo pescoço. Segundo: é um lugar grande, pelo menos a minha. Terceiro: eu tomei suco de uva de caixinha ontem. Quarto: é um lugar alto, e todo mundo sabe que criaturas extraterrestres, principalmente as do suco de uva de caixinha, adoram lugares altos.
Tudo se iluminou na minha cabeça nessa hora. Afinal, não foi uma tarde toda perdida. Só não sei se a raça humana está preparada para ouvir a verdade.
Meio prédio ensolarado
Mundinho pequeno não é? Mas nada de laranjas. Na volta eu juro que pego. Vontade de ouvir um samba com bossa-nova estilo Noel Rosa-João Gilberto, e olhar você ir e vir através tempo, tomando um chá ou um banho. Tanto faz.
12 junho 2007
Conversado
O que ela faz, na verdade, é inspira-lo a ser um pouquinho mais você, só para tentar ter um pouquinho mais dela.
*estão ficando menores não?
*estão ficando menores não?
10 junho 2007
Letter to God
Não tenha medo de mim. Eu só quero mudar tudo. Eu duvido que pelo menos uma dessas pessoas que querem mudar tudo seja constante, então como eu posso ser? Eu só quero ser feliz. Eu duvido que pelo menos uma das pessoas que querem ser felizes saiba exatamente o que ela quer, então como eu posso saber? Eu só quero que você leia as minha impressões digitais, cerebrais, cardíacas, musculares, espasmáticas, respiratórias, e saiba exatamente o que elas querem dizer, afinal, foi você quem as fez. Não tenha medo de mim. Tanta gente já tem. Mas eu sou igualzinha a tanta gente com medo. Medo da sua invensão. Medo da sua difusão. Medo efêmero, eu confeso; já passou. Por isso não tenha medo de mim; eu estou aqui por sua causa.
09 junho 2007
Autismo
Queria parar de escrever sobre mim, mas estou numa fase maior que o mundo. Queria falar um pouco sobre um dos mil problemas de outros mil mundos. Mas só acho o meu próprio mundo problemático para falar sobre. Só achei minha própria conciência, aliás: só uma mensagem de voz dela me contando que lá no Hawaii tá fazendo um puta calor. Sim, ela foi de mala, cuia e câmera digital, só pra eu olhar pra minha prova de hidrostática e comer meus dedos de tanta inveja. O que que ela está fazendo lá? Nem me pergunte!
Falando em mundo, achei a minha rosa. É, achei a minha rosa, que me ensinou a cuidar, regar, correr atráz dos meus sonhos infantís e pequenos, mas que são meus. E sabe do que mais? Eu fui! E perdi a rosa. Ela não tinha me avisado que era exclusividade. Fazer o que né? Acho que a estória nem é assim, de qualquer forma.. De quaisquer formas que eu escolhesse, iam ser sempre geométricas. Meu mundinho está quadrado agora. É só lado vezes lado vezes lado vezes lado... É só o vetor peso anulando o vetor gravidade (no meu mundo pode tudo). É só entropia igual à zero. É só a menor eletronegatividade, consequentemente, a maior eletropositividade. É só função tangente e cotangente. Caso alguém ainda não tenha reparado;É SÓ EXATAS! O juíz baniu as outras ciências. Vou entrar com um recurso, quem sabe né? No mais, tudo vai bem.
Falando em mundo, achei a minha rosa. É, achei a minha rosa, que me ensinou a cuidar, regar, correr atráz dos meus sonhos infantís e pequenos, mas que são meus. E sabe do que mais? Eu fui! E perdi a rosa. Ela não tinha me avisado que era exclusividade. Fazer o que né? Acho que a estória nem é assim, de qualquer forma.. De quaisquer formas que eu escolhesse, iam ser sempre geométricas. Meu mundinho está quadrado agora. É só lado vezes lado vezes lado vezes lado... É só o vetor peso anulando o vetor gravidade (no meu mundo pode tudo). É só entropia igual à zero. É só a menor eletronegatividade, consequentemente, a maior eletropositividade. É só função tangente e cotangente. Caso alguém ainda não tenha reparado;É SÓ EXATAS! O juíz baniu as outras ciências. Vou entrar com um recurso, quem sabe né? No mais, tudo vai bem.
08 junho 2007
AI-6
Que vontade que dá de sair por ai, protestar contra algo, discutir com alguém, exigir alguma coisa, que eu não sei o que é. Essa gente pensa que a gente é de brincar, tipo criança com medo, porque esquece de rezar. Mas a gente não é. Eu faço parte dagente. Eu queria mesmo estar ai. Como se a gente não tivesse motivo pra brigar, vamos brigar por qualquer motivo, ou por motivo nenhum. O importante é insistir que é tudo nosso e enxergar que eles não conseguem explicar o porquê de nada, porque os porquês são muitos e os responsáveis sempre são poucos. Agora, o problema é que os irresponsáveis são muitos e são leigos, e são teimosos, e são inconcientes, incoerentes, inconcequentes, incrivelmente burros. E ninguém deveria pedir lincença aos ostentados e ostentantes, mas não só licença, pede-se desfecho, pede-se conclusão. Pra mó de quê? Ouça o que pede, e fazer antes de pedir também não machucaria ninguém! Os mutantes aqui é a Gente, os recursos aqui é a Gente. Mas apesar das nossas ilustrações nos livros de história, a Gente é desilustrada. Continue assim classe, que não vai ser millôr, henfil, ziraldo, jaguar, nem carioca que vai restituir essa descendência depreciada. Geração coca-cola-crack mais bonitinha do Brasil. Bom trabalho pessoal, é isso que a Gente confia encontrar, com tanta diligência empenhada, verá. É... a Gente não tá nem ai, mas nós vamos nos dar mal, etc. e tal.
05 junho 2007
Copas
I'm so tired. Outro texto que não deveria estar aqui. Outro texto que nem deveria ser lido por ninguém, mas que vai acabar sendo. Culpa da minha preguiça de lápis e papel. Pois é, eu escrevia os textos de lápis. Outro texto que não fala de nada e fala tudo o que eu queria falar. Ainda bem que ele fala por mim. Será que é culpa da preguiça mesmo? Ou será que é sentimento de culpa? Será que é expor ao ar? Por que ele poderia muito bem ficar salvo no wordpad e nunca ser lido. Outro texto que não deveria estar aqui. Outro sentimento que não deveria estar aqui. Outro pensamento. Outro desabafo. Outro sussuro. Outro olho vermelho. Todos pejorativos. Eu olho pra essa tela em branco e dá uma vontade insensata de escrever essas besteiras todas que ninguém quer ler de verdade. Mas ai eu me lembro que eu tentei falar isso o dia todo para as pessoas todas, e ninguém entendeu. Ninguém prestou atençao. Por que será que vão prestar agora? Ele tinha toda razão. Ninguém sabe do nosso sofrimento. Ninguém sabe dos fardos que carregamos ou das pedras que podemos jogar ou das lágrimas que derramaremos. Ninguém sabe dos nossos contratos ou dos mecanismos de defesas. Ninguém nunca vai saber. Ninguém nunca vai saber porque eu chorei e no minuto seguinte eu ri e no outro eu sofri, e no outro eu amei. Ninguém nunca vai desvendar do que se alimentam meus impulsos nervosos nem meus sorrisos. Ninguém vai nunca entender porque as coisas giram do jeito que giram, porque as pessoas vão do jeito que vão, porque as palavras caem do jeito que caem, porque os sorrisos murcham do jeito que murcham, porque as cicatrizes fecham do jeito que fecham, porque as promessas pendem do jeito que pendem, porque as coisas são do jeito que são. Nem eu. Então, por favor, parem de me perguntar, e me deixem girar em paz.
- se em copas: amuar, calar-se;
- os olhos: fazer vista grossa;
- se com o jogo: não dizer o que sabe;
- os ouvidos: não ouvir o que gosta.
- se em copas: amuar, calar-se;
- os olhos: fazer vista grossa;
- se com o jogo: não dizer o que sabe;
- os ouvidos: não ouvir o que gosta.
03 junho 2007
Mar de gente
Realmente, felicidade instantânea existe. Não só instantânea como passageira. Assim como o toddy que você põe no leite de manhã e já manda goela a baixo. Instantâneo e passageiro. Pois é. Não foi entrar por aquela porta, nem subir por aquela escada, mas foram as luzes ascenderem, os portões abrirem, as pessoas lá embaixo olharem para cima e pronto. Felicidade na cerveja e goela a baixo. Sem erro. E sim, eu sabia cantar praticamente tudo. E sim, eu encherguei praticamente todo mundo. E sim, eu estava muito feliz. Fútil? Não. Fuga? Provavelmente. Fuga de que? De quem? Não, de nada, De ninguém. Fuga só do mundo. Só uma composição musical em estilo polifónico, com um pequeno tema, e em imitações livres. Livre de moralidades e motivos. Em temas coloridos e florecentes que eu pensei que não existissem. Eu também não acreditava, mas exite. Mas pode. Pode sim ser bonito. Pode sim ser característico. Pode sim ser entontecente, estonteante, embriagante, e completamente eficaz contra rotinas e intelectualidades. E eu estava cansada da rotina. E eu estava exausta das intelectualidades. Durante 2 horas eu fui feliz de um jeito que nunca tinha sido. Não mais feliz do que já fui, nem menos feliz do que serei. Só essa felicidade que tem jeito de toddy com leite frio, gosto de mm's e cara de dor de garganta-cabeça-costas-pés-mãos-braços-barriga-joelho-coração, na certa, na tarde seguinte (porque a manhã só serve pra ouvir o zzzz no ouvido até pegar no sono). Felicidade que tá indo embora. Felicidade em doses homeopáticas com efeito prolongado por 24 horas. Chego agora à hora 23. Agora é voltar pra rotina e pras intelectualidades do dia-a-dia. Mas o que eu queria mesmo, era voltar pra cima do trio.
nota: essa durou apenas 23 horas mesmo, e além da rotina e pose, tá voltando a dúvida e o incomformismo.
02 junho 2007
Design
Tente imaginar você saindo de férias e deixando a casa trancada durante um mês. É quase impossível de imaginar que entre os objetos não se trave um diálogo.
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