Modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais. O interesse na teoria das cordas é dirigido pela grande esperança de que ela possa vir a ser uma teoria de tudo.

08 setembro 2007

Um banquinho, nenhum violão.

Eu não sei mais de violão. Tem hora que faz falta nenhuma, tem hora que faz todas elas. E ele não me escuta, ele não sabe de mim. Eu sei dele de vez enquando. Mas que diferença tem, se eu não sei mais pegar, girar, olhar e entender o que esse violão tá fazendo ali. E era pra ser bem maior. Era pra ser algo grande. Mas eu cansei de tanto pleonasmo e falta de inestima e de ele tocar-se sozinho, sem precisar nem remotamente das minhas mãos. E está dançando o quanto é triste pra mim. Por que um violão ia entristecer? Por que um violão ia dançar? Porém, pôr em evidência agora, não. A hora não permite se permitir palavras e passeios. O agora não permite pensar como iria ser se ele precisasse de mim. Se ele pelo menos me quisesse por perto pra ouvir ele tocar. Eu sei que violões sentem, mas esse sente estranho. Esse eu queria não querer entender o que ele quer. Esse só sabe falar com meias letras e proparoxítonas e meias, e indecisões inteiras e completamente subjetivas. E as minhas mãos suadas com pulsos finos entendem cada vez menos o que fazer nessas situações. Poxa, parecia tão bonito! Tocar violão é tão bonito. Mas sem a prática, sem o tempo, ele machucou meus dedos susceptíveis à ilusões, aos machucados, mais uma vez. É isso que o faz inconfiável. Ele sempre soube o quão fracos eram os meus dedos. São. E ainda assim, ninguém nunca encherga. Ninguém nunca olha quando alguém toca violão. Você só fecha os olhos e ouve. Ouve e só abre quando para-se de tocar. E é tão rápido que se vai e fecha a porta quem tocava e fica-se bêbado de música, de epifanias. De coisas secas e sem ritmo nenhum. Ele me deixou assim. Por isso que eu não quero mais saber de violão. Não prefiro não saber. Prefiro olhar para as mãos e conseguir enxerga-lás. Prefiro, do que tentar acha-lás por entre o prato de sangue e cortes e dores. Por isso vai seu violão. Vai e encosta a porta, por favor. Mas vá e me deixa de olhos fechados, porque abrir e ver só o banquinho, sem violão eu não quero. Não me ligue, não me escreva, não me esqueça. Mas pode ficar tranquilo; um dia eu (des)aprendo a tocar.

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